quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Tio Rei e o pra lá de suposto "direitismo" de Hitler.

Reinaldo Azevedo... Grande Tio Rei!

Olha, sou fã desse cara. Um dos grandes jornalistas desse país. Pra mim, só fica atrás do insuperável Olavão mesmo. Fala as coisas sem medo; é bastante corajoso; é cultíssimo e escreve muito bem. Mas nem precisa de tanto: só por ser uma voz destoante do restante da mídia chic esquerdista já merece admiração. Recomendo a qualquer pessoa que queira realmente entender o que de fato se passa no mundo e no Brasil (a quem interessar: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/)

Recentemente eu vi uma ótima entrevista sua acerca do seu novo livro, O país dos petralhas, que eu espero ler um dia. Entrevista enriquecedora, como costumam ser seus comentários. Mas um detalhe me chamou negativamente a atenção - detalhe que certamente passou despercebido pela maioria dos que viram, mas não por mim, que me interesso especialmente pelo assunto. Confesso que me decepcionei um pouco: esperava mais da típica lucidez do Reinaldão. Mas quem não pisa na bola, né?

Enfim, vamos lá ao que me incomodou.

Em certa altura da entrevista em questão, Tio Rei, em resposta ao interlocutor, reitera veementemente sua visão política tascando um sonoro "Sou de direita, sim". Tudo bem, mas teria sido melhor parar por aí. Mais adiante ele ressalva: "Sou de direita sim, mas depende da direita que querem jogar no meu colo; não sou da direita de Hitler; não me responsabilizo por seus atos".

Ora, Tio Rei, então com que autoridade você acusa - montado na razão, diga-se de passagem - a esquerda de ser cúmplice moral dos crimes de Fidel Castro, Josef Stálin, Mao Tsé-Tung, Pol Pot et caterva? Assim você não estaria "jogando no colo" de alguns uma esquerda por muitos - não há como negar - também rejeitada? Dessa forma você entrega o contra-argumento de mãos beijadas aos inimigos. E logo você, um conhecedor de Schopenhauer.

Mas o problema não está aí, e ainda não é isso que me incomoda.

O que me incomoda é ver os (últimos) baluartes da direita pensante e falante caindo no velho e idiota engodo de que Hitler e o nazismo eram de direita. É impressionante como essa mentira historiográfica criada pela própria esquerda colou e se espalhou; já virou um senso comum. Quantas vezes, ao saberem que eu era um "direitista", me saudaram com um Heil, Hitler!. Isso de uma ignorância imensurável.

Explico:

O que se chama convencionalmente de "direita" pode ser dividido, basicamente, em duas correntes distintas (bem distintas): os liberais e os conservadores. Isso todo mundo sabe - ou deveria saber.

Agora eu desafio qualquer ser humano da face da terra a responder à seguinte pergunta:

EM QUAL DESSAS CORRENTES HITLER E O NAZISMO SE ENCAIXAM?

Ora, os liberais crêem, do ponto de vista político e econômico, num Estado diminuto que interfira o mínimo possível tanto na economia quanto na vida mesmo das pessoas. É preciso dizer que o Estado Nazista é justamente o oposto disso?

Os conservadores, por sua vez... Bem, não é nem necessário explicar. Basta dizer que o Nazismo é uma ideologia revolucionária, que defendia a construção de um novo mundo, hipoteticamente melhor, baseado na ideia de superioridade da raça ariana. Ora, "revolução" é a antítese exata de "conservação", meu saco!

Se Hitler não era liberal nem conservador, que danado ele era?

Em suma, é inadmissível que as pessoas ainda acreditem numa "lenda" dessas, ainda mais um intelectual do porte do Reinaldo.

Já que esse mito (de associar Hitler à direita) é inteiramente falso, não se pode discutí-lo nem sequer esquivar-se dele. Mentira é mentira, não tem discussão. Isso é uma regra básica de retórica.

O que se tem que fazer é dar um tapa na mesa e mandar pastar qualquer imbecil esquerdista que venha com esse papinho sem fundamento.

É por isso que Olavo de Carvalho é insuperável.


Burro Benjamin.

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